Em entrevista à Renascença, D. José Ornelas elege desempregados e imigrantes como "fundamentais" na sua missão e diz que irá manter a tradição de empenhamento social dos bispos e das instituições da diocese.

D. José Ornelas é o novo bispo de Setúbal


NOTA BIOGRÁFICA 


José Ornelas Carvalho, filho de António Tomás Carvalho e Benvinda de Ornelas, nasceu a 5 de Janeiro de 1954, no Porto da Cruz – Madeira – Portugal. 

Depois da escola elementar, foi aluno do Seminário Menor Diocesano do Funchal, entre 1964 e 1967. Desejando ser missionário, pediu para ingressar no Colégio Missionário da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), no Funchal (1967-1969), prosseguindo depois os estudos no Instituto Missionário, em Coimbra (1969-1971). 

Depois de um ano de noviciado, emitiu a primeira profissão religiosa em Aveiro, a 29-09-1972. Após dois anos de estudos filosóficos, passou dois anos nas missões da Congregação em Moçambique (1974-1976), regressando, em seguida, a Lisboa, onde concluiu a Licenciatura em Teologia, na Universidade Católica Portuguesa (1979). 
Especializou-se em Ciências Bíblicas, em Roma e Jerusalém, concluindo com a Licenciatura Canónica no Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Foi ordenado Presbítero na sua terra natal, Porto da Cruz, a 09-08-1981. 

Regressado a Portugal, em 1983, foi docente assistente e secretário da Faculdade de Teologia de Lisboa, actividade que interrompeu para preparar o doutoramento em Roma e na Alemanha (1992-1996), tendo obtido o grau de doutor em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa a 14- 07-1997. Na mesma universidade, retomou as atividades docentes até 2003. 

Na sua Congregação, foi formador no Seminário de Alfragide, em paralelo com a atividade docente e assumiu outros cargos no âmbito da Província Portuguesa dos Dehonianos, da qual se tornou Superior Provincial a 1 de Julho de 2000. No Capítulo Geral da Congregação, foi eleito Superior Geral dos Dehonianos a 27-05-2003, cargo que ocupou até 06-06-2015. 

Em 24 de Agosto de 2015 é nomeado, por Sua Santidade o Papa Francisco, Bispo da Diocese de Setúbal, sucedendo a D. Gilberto Délio Gonçalves Canavarro dos Reis.

site da Diocese de Setúbal




Já está marcada para 25 de Outubro a ordenação e posse do novo bispo de Setúbal. A nomeação de D. José Ornelas, que até Junho deste ano foi superior geral dos padres dehonianos, foi divulgada esta segunda-feira. Mas foi já em Junho, na véspera do S. João, que o padre Ornelas teve conhecimento da escolha. 


Como estava mandatado pela sua congregação para ir para África, escreveu ao Papa. De imediato, Francisco respondeu-lhe e marcou um encontro. Pediu-lhe que fosse como missionário, mas para Setúbal. 


"Foi um encontro, como é sempre um encontro com o Papa Francisco, cheio de motivação e calor humano e do calor de fé e do Evangelho que ele transmite", recorda, à Renascença. A "igreja de Setúbal" passou a "ocupar um lugar central" no "coração" de José Ornelas.


"Foi um encontro que me motivou muito para, em comunhão com a Igreja, procurar servir esta diocese e o seu povo, dando-lhe o melhor que posso", diz o novo bispo.


D. José Ornelas já enviou uma mensagem à diocese de Setúbal em que se dirige de forma especial aos desempregados, aos idosos e aos imigrantes. 


"Olhando para a história da diocese e para o empenhamento, não só dos bispos, mas também das organizações diocesanas, parece-me que isso está bem no coração da diocese e isso enche-me de alegria e de esperança, porque significa que não nos resignamos às dificuldades que sente a diocese, a população, pessoas concretas e famílias concretas, que aspiram a ter os meios necessários para viver com dignidade e projectar o futuro. A diocese tem uma tradição de empenhamento dos seus bispos, do seu clero e das organizações das paróquias que acarinho e respeito muito", afirmou o novo bispo à Renascença.


D. José Ornelas olha também já para a sua diocese à luz do que se vai passando por toda a Europa. "Setúbal é, segundo me parece, uma das regiões do país que mais diversidade cultural apresenta no contexto nacional. Hoje, o mundo em que estamos a viver, as imagens que nos chegam nestes dias da Macedónia, da Grécia, da Itália e de tantos lados não nos podem deixar indiferentes ao acolhimento da diversidade, da multiculturalidade e também da diferença religiosa. Juntos, podemos encontrar aquilo que o Papa Francisco chama a construção da nossa casa comum", afirmou.



"Reinventar" a diocese e manter a tradição

D. José Ornelas quis também deixar uma palavra aos jovens, reconhecendo que em todo o mundo hoje não é fácil "sonhar o futuro, como compete aos jovens, e sonhá-lo com realismo, mas sem perder a esperança". E acrescenta: "Espero que a nossas igrejas sejam espaço para eles, particularmente, porque precisamos de reinventar e sonhar de novo o que significa ser Igreja e ser diocese." 

Reinventar, mas não inventar. Até porque o novo bispo promete dar seguimento à tradição daquela diocese: "Não vou inventar a Igreja de Setúbal, vou continuar a missão da Igreja universal, que vem dos apóstolos, mas concretamente e ultimamente com dois bispos para os quais olho com muita amizade e admiração e que representam, também para mim, um desafio de continuar uma missão de solidariedade, uma missão profética de proximidade ao povo, particularmente àqueles que têm mais necessidade de atenção e de ajuda." 

D. José Ornelas refere-se a D. Gilberto Reis, que vai deixar a diocese por ultrapassar o limite de idade, e a D. Manuel Martins, o primeiro bispo de Setúbal que será homenageado em Outubro, coincidindo com a ordenação e posse do novo bispo. 

Esse é, aliás, uma das coincidências que D. José Ornelas aponta para a data escolha para a sua entrada na diocese: 25 de Outubro. A outra é a chegada da imagem peregrina da Virgem de Fátima a Setúbal. 

"Este peregrinar parece-me uma das imagens, dos sinais que hoje caracterizam a Igreja no dizer da mensagem que o Papa Francisco está a transmitir à Igreja: uma Igreja em saída de si própria, uma Igreja que vai ao encontro do mundo e das suas necessidades guiada pelo espírito de Deus e pela sua misericórdia."

site Rádio Renascensa -Eunice Lourenço


N.R. Quando, um sacerdote com formação superior e com 61 anos de idade, pede ao superior da sua congregação para ir, como misssionário para África, é revelador da vontade concreta em SERVIR os mais necessitados. 


Para além da vocação que, provavelmente, inspirou a sua decisão, é notório o completo desapego ao seu bem estar, aos confortos e comodidades de uma vida de sacerdote "normal", enfim, o desejo de colocar-se ao serviço dos nossos irmãos africanos.

Pelas palavras ocasionais trocadas mas que ainda tenho gravadas com o falecido sacerdote jesuita e Pároco da Charneca da Caparica, Pe. Honório, ser missionário em África é uma missão que transcende tudo o que nós, ocidentais, podemos imaginar.

Não conhecendo, pessoalmente, D. José Ornelas, parece-me que esta nomeação por Sua Santidade,  Papa Francisco, bem como a recente nomeação de cardiais do "terceiro mundo", é a correspondência perfeita dos seus constantes apelos à desinstalação do clero, em especial no mundo da Europa.

Que o Senhor nosso Deus, pela graça do Divino Espírito Santo, o ilumine, o forteleça e o abençoe para esta nova missão.


Casamento: os 13 obstáculos da união conjugal

Quer melhorar seu casamento? Identifique quais destes obstáculos fazem parte da sua vida conjugal e saiba como superá-los

Muitos são os obstáculos à vivência quotidiana do amor conjugal e que quebram a unidade do casal. Vamos analisar essas dificuldades, lembrando que a beleza do casamento está, justamente, no fato de o casal conseguir fazer vencer o amor sobre as diferenças pessoais de cada um. 
O amor, quando vence, soma as divergências e gera a complementação harmoniosa.


Quais os problemas que quebram a unidade do casal?

1. Mentira 
Por menor que seja, ela gera a desconfiança para com o outro! A falta de confiança, é lógico, gera o ciúme;  este, a briga. Por isso, o casal não pode permitir a mentira no seu meio. Ela tem pernas curtas.

2. Moda 
Todos gostam de andar na moda. Contudo, não tem sentido, por exemplo, a esposa querer seguir a moda que seu esposo desaprova, e vice-versa. A primeira pessoa a quem devo agradar com o meu modo de vestir, falar, etc., é aquela com quem eu estou casado.

3. Comparações
É comum o péssimo hábito que alguns casais têm de se ficarem comparando com outros casais. A esposa, muitas vezes, fica querendo que seu marido seja como o marido da vizinha, que compre uma casa como a da vizinha, um carro como o da amiga etc. O marido, por sua vez, gostaria que sua esposa se vestisse como a vizinha, ou fosse culta como a esposa do seu amigo, etc.

4. Parentes
O sangue fala muito forte dentro de nós. Ninguém gosta de ouvir falar mal dos seus pais e dos seus irmãos. Isso vale também, e muito, para o casal. Jamais o marido deve falar mal dos sogros e cunhados para a esposa, e vice-versa. Não ofenda os parentes dele porque você estará ofendendo-o, indiretamente.

5. Ressentimentos
Quando se tira a casca de uma ferida, ela volta a sangrar e a doer. Isso é o que alguns cônjuges fazem um ao outro. Muitas vezes, num momento de desentendimento, lembranças e ofensas antigas são propositalmente trazidas à tona, reavivando mágoas e sofrimentos adormecidos.

6. Desrespeito
Como é doloroso você presenciar um marido ofendendo a sua esposa com gritos palavrões, e até tapas!… Como é triste, ver uma esposa ofendendo o marido!… Um dia, eles juraram amor eterno aos pés do altar! Veja bem, eu me caso com aquela pessoa que escolhi entre todas as que conheci, para com ela construir uma vida a dois. Como é então que agora eu fico ofendendo e desrespeitando esta pessoa?
Vou dar uma receita: maridos, tratem como rainhas as vossas esposas! Esposas, tratem como reis os vossos maridos! 

7. Brigas
O casal, muitas vezes se desentende porque não dialoga certos assuntos com clareza e objetividade. Alguém já disse que “o que é combinado não é caro”. Muitas discussões surgem porque as coisas não são bem definidas.

8. Dinheiro
O casal briga mais quando sobra dinheiro do que quando este falta. Quando sobra dinheiro, o casal se desentende sobre a forma de gastá-lo. Às vezes o marido quer trocar o carro, enquanto a esposa quer trocar os móveis… e assim por diante. Se não houver maturidade no casal, o dinheiro pode dividi-lo de muitas maneiras. Todo o dinheiro do casal, independente de quem ganha, deve ser colocado em comum, ambos opinando e decidindo sobre o seu uso.

9. Educação dos filhos
O essencial é que o casal seja unânime na educação, isto é, ambos devem agir da mesma forma, sem se contradizerem naquilo que dizem e fazem com os filhos. Para isso, é preciso que o casal seja unido e dialogue muito, de modo a encontrar a forma comum de conduzir os filhos.

10. Temperamento
Muito se fala em fracasso de um casamento por “incompatibilidade de gênios”. Na maioria dos casais, os cônjuges têm temperamentos diferentes, e é exatamente a harmonização dessa diferença, forjada pelo amor vivido a cada dia, que faz a beleza da vida a dois. Não há temperamento forte ou difícil que não possa ser curvado ao fogo do verdadeiro amor.

11. Indelicadeza e reprovação

A falta de delicadeza e atenção é um dos pontos tristes no relacionamento de alguns casais. Um tratamento frio e desatencioso revela falta de amor e de união. É fundamental que cada um incentive o outro a ser melhor e faça elogios na hora certa. É preciso notar o esforço que um faz para agradar ao outro. Quantas mulheres se queixam de que o marido não nota e não elogia o seu penteado diferente, o seu vestido novo, etc.! Pior ainda: a falta de atenção, é a reprovação. Muitas vezes, um diminui e humilha o outro com críticas pesadas. O pior de tudo é que essas reprovações, não raramente, são feitas na presença de outras pessoas.

É preciso trocar as atitudes de reprovação por palavras de aprovação e incentivo. A desaprovação e a crítica ácida são piores do que a agressão física. Muitos têm o hábito de notar apenas aquilo que o outro tem de negativo, ao invés de enaltecer e agradecer a Deus pelo que o outro tem de bom. Nunca faça uma crítica à sua esposa, sem antes relembrar-lhe uma de suas qualidades. Lembre-se: as pessoas reagem melhor ao elogio do que à reprovação. 

Duas frases de ouro no casamento são: “Desculpa” e “Eu te amo”. Se soubéssemos pedir perdão e também perdoar, seríamos felizes. Além disso, é preciso também expressar em palavras, o amor ao outro. E como isso é difícil para muitos! Especialmente para os maridos.

12. Aparência física
Uma das razões que esfriam o relacionamento do casal é a maneira desleixada de cuidar da própria aparência. Nenhum marido gosta de chegar em casa e encontrar a sua esposa mal-vestida, despenteada, etc. A má aparência dificulta o relacionamento. Há mulheres que cuidam muito bem da casa, dos filhos, mas esquecem-se de si mesmas; vivem desarrumadas. Há o esposo que também não busca agradar à esposa através do cuidado com sua própria apresentação.

13. Reclamação e autopiedade
Muitas pessoas são exageradamente ranzinzas, reclamam de tudo e de todos, nunca estão satisfeitas com a vida. Na verdade, o problema está dentro delas e não fora. São pessoas cheias de autopiedade, auto-estima, que se consideram vítimas de tudo. No casamento, isso é uma tragédia. Ninguém suporta viver com uma pessoa chata, sempre a reclamar. Tal comportamento azeda qualquer relação e impede o crescimento do casal.

A Palavra de Deus nos diz: “Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, daí graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo” (I Ts 5, 16-18).
Viva esta Palavra e prometa a si mesmo nunca mais ficar lamentando-se da vida e do seu cônjuge.