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Imagina qual é a sensação de alguém que entra numa igrejinha antiga e o crucifixo do altar começa a falar com ele. Certamente a pessoa ficaria admirada e, ao mesmo tempo, assustada, sem saber exactamente qual o significado daquela mensagem...

“Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja, que está em ruínas!”

Essas palavras foram ditas por Nosso Senhor Jesus Cristo a São Francisco de Assis, durante uma oração diante do crucifixo da pequena capela de São Damião. Esse foi um dos marcos da conversão do jovem frívolo e considerado o “rei das festas” da cidade de Assis.
Inicialmente Francisco não percebeu que Jesus lhe fazia um apelo para que fosse um grande santo e colaborasse com a evangelização em seu tempo. Ele pensou que as palavras de Cristo se referiam apenas à reforma daquela igrejinha de São Damião, que estava semi-destruída. 

Mas acredito que o Papa Francisco sabe exactamente, pela graça do Espirito Santo, o que Deus nosso Senhor, deseja: a reconstrução da Igreja! Não de nenhum edifício, mas de estruturas e mentalidades que ele próprio enunerou explicitamente, para quem o quis ouvir, no último discurso perante a Cúria Romana, mencionando as quinze doenças que afectam grande parte do clero.

Embora separados por nove séculos, quer as resistências, quer a surdez, são semelhantes!
Basta analisar a Europa em geral e Portugal, em especial. (vidé pagina ESTATÍSTICAS deste blog).

É verdade que quanto maior é uma organização, mais difícil e mais moroso se torna qualquer trabalho de reforma ou qualquer mudança (resistência comum a todo o ser humano). 
Mas o que Papa Francisco pretende, como é, facilmente perceptível nas suas palavras e nas suas acções, é que a Igreja seja a casa de Deus, tal como nos ensinam as Sagradas Escrituras pelas palavras e actos de Jesus Cristo.

Como já escrevi várias vezes, nunca nenhum Papa dos últimos tempos, tanto falou sobre o Espírito Santo. A Terceira a Pessoa da Santíssima Trindade, esquecida e secundarizada ao longo dos séculos nas paróquias, nos vários encontros e até, infelizmente, na catequese e na preparação para os Sacramentos, tenta ser relembrada e protagonizada pelo Santo Padre.
Os próprios estudantes da Universidade Católica do curso de Teologia não têm, pelo menos não tinham até há bem poucos meses, nenhuma cadeira sobre espiritualidade. 
Assim, como podem os sacerdotes, salvo aqueles que tiveram a graça de crescerem em comunidades carismáticas, anunciarem, educarem e catequizarem os crentes sobre o fundamental da nossa Fé? Como se pode encontrar, amar e servir Cristo, sem sentirem, nos seus corações, o fogo ardente do Espirito Santo?

Aproximamo-nos de mais uma data festiva e importante: o Pentecostes! Como se pode falar de Alguém, o Espírito Santo, se não o amamos, se não o conhecemos, se não O reconhecemos com Deus e Senhor das nossas vidas? Que "comanda" o nosso pensar, o nosso falar, o nosso sentir e o nosso agir? Como?
O conhecimento racional da Sua existência é pouco! É pouco para transformar as suas próprias vidas, os seus próprios corações e os dos que os escutam!

Às escondidas, no meio de um discurso e numa linguagem disfarçada, poderemos depreender que queriam ir mais longe .... Mas o receio de críticas, repreensões e reportações, impede-os de descerem ao âmago do que nos pretendem transmitir.

Continuo a recordar um frase que ouvi de um Sacerdote da Diocese de Lisboa: "Vocês, do Renovamento, estão lixados".

Quero e desejo a união da Igreja Santa Católica e Apostólica. Por isso, não aceito exclusivismos, vozes que dizem falar em nome da verdade, rejeitam, entravam e atrevem-se a excluir, colegas que receberam o mesmo Sacramento: da Ordem.

O recente exemplo da ordenação do Luiz Paulo como diácono na Diocese de Setúbal (cito o comentário recebido do RP na postagem no facebook: "A diocese de Setúbal em pouco tempo vai ganhar, pelo menos, quatro óptimos sacerdotes da Aliança da Misericórdia. O mundo é dos sábios..."), o apoio do Bispo Emérito da Diocese Leira-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva em 18 de Outubro de 2001 à constituição do canal TV-CN, são dois dos muitos exemplos da cegueira e surdez espiritual dominante na Diocese de Lisboa.

Quem promove a divisão? Certamente aqueles que não meditam e põe em prática as palavras de S.Paulo nas várias cartas que compõem as Sagradas Escrituras nem o testemunho do Livro Bíblico, Actos do Apóstolos.



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