Como podemos nos preparar para o Advento?
O Ano Litúrgico gira em torno das duas grandes festas do
mistério de nossa salvação: o Natal e a Páscoa.
A fim de nos prepararmos bem
para estas duas solenidades de máxima importância, a Santa Igreja, com seu amor
de mãe e sua sabedoria de mestra, instituiu o Advento, que nos predispõe para o
Natal e a Quaresma e nos prepara para a Páscoa. Praticamente um mês e meio de
Advento-Natal e três meses de Quaresma-Páscoa. O tempo chamado “Comum”, durante
o ano, ajuda-nos a caminhar com a Igreja nas estradas da história, iluminados
por esses mistérios de nossa fé e conduzidos pelo Espírito Santo.
Iniciamos o tempo do Advento, que assinala
também o início de um novo Ano Litúrgico. No decurso dos quatro domingos do
Advento, o povo cristão é convidado para preparar os caminhos para a vinda do
Rei da Paz. O Cristo Senhor, que há dois mil anos nasceu como homem numa
manjedoura em Belém da Judeia, deseja ardentemente nascer em nossos corações,
conforme as santas palavras da Sagrada Escritura: “Eis que estou à porta e
bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e
tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo” (Ap 3, 20).
No Advento, temos a oportunidade de nos aprofundar na
expectativa do “Senhor que virá para julgar os vivos e os mortos” e na semana
que antecede a festa natalina, a preparação próxima para celebrar o “Senhor que
nasceu pobre no Oriente”. Entre essas duas vindas, o cristão é convidado a celebrar, a cada
dia no seu coração, a abertura para o “Senhor que vem” à sua vida e renova a
sua existência.
Celebrar o Natal é reconhecer que “Deus visitou o seu
povo” (cf. Lc 7, 16)
Tal reconhecimento não se pode efetivar somente com palavras. A visita de Deus quer atingir o nosso coração e
transformar-nos desde dentro. A tão desejada transformação do mundo, a
superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens, dependem, na verdade, da renovação dos corações. Somos convidados, em primeiro
lugar, a aprender a “estar com Jesus” e então, a nossa vida em sociedade, verá
nascer o Sol da Justiça.
O Advento constitui precisamente o tempo favorável para a
preparação do nosso coração. Deixemo-nos transformar por Cristo que, mais uma
vez, quer nascer na nossa vida, neste Natal. Celebrar bem a solenidade do Natal
do Senhor requer que saibamos apresentar a Deus um coração bem disposto, pois
“não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado” (Sl 51, 19). Um
coração que busca com sinceridade a conversão é fonte de inestimável comunhão
com o Senhor e com os irmãos.
Neste tempo de Advento não tenhamos medo de
Cristo; “Ele não tira nada, Ele dá tudo”.
site Canção Nova
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