Sofrimento de Jesus

Páscoa 2018

ALELUIA! CRISTO RESSUSCITOU!

Estamos a poucas horas do grande DIA em que ressoam aos nossos ouvidos os gritos de júbilo: 

«ALELUIA! CRISTO RESSUSCITOU!»

Cristo Ressuscitou e com Ele todos ressuscitaremos! 
Este é o grande dom da Páscoa: ressuscitaremos com Cristo para viver, eternamente, com Ele e com toda a Corte Celeste no Reino dos Céus. 
Ao pensar nesta verdade, todos os sofrimentos do tempo presente serão nada, em comparação com essa glória imensa e eterna, com a qual seremos revestidos no dia em que nos apresentarmos diante do Supremo Juiz. Ele vai julgar-nos segundo as obras boas ou más que tivermos praticado enquanto vivermos neste corpo mortal. Daí, a grande responsabilidade de cada um de nós em armazenar um bom tesouro de boas obras, para sermos reconhecidos dignos de escutar o apelo de Cristo: «Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo» (Mt. 25, 34).
«Senhor Jesus, pega-nos pela mão e conduz-nos pelos caminhos que conduzem à via eterna»

 Pe. Alfredo Neres, missionário comboniano na República Democrática do Congo


A Semana Santa, conhecida como 

a Semana Maior



Liturgicamente, estes dias da Semana Maior são momentos importantes da Quaresma. O seu conteúdo bíblico-litúrgico está orientado para a preparação ‘imediata’ do Tríduo Pascal. Nesses primeiros dias da Semana Maior, fazemos grandes celebrações lembrando a prisão de Jesus, o Encontro d’Ele com a Sua Mãe bem como as suas dores. 

Nestes três dias, Jesus e os Seus discípulos estavam-se preparando para celebrar a Páscoa, a festa principal dos judeus. Porém, o Senhor sabia muito bem que eram os últimos dias de Sua vida. A Páscoa Judaica iria converter-se na Páscoa de Jesus, na Sua passagem da morte para a vida. Estes dias, recebem o qualificativo de santos, porque a misericórdia de Deus se manifesta de uma maneira muito especial.

Segunda-feira Santa

Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo      S. João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos seus amigos. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. Ela guardava este perfume para a minha sepultura. Jesus já havia anunciado que a Sua hora tinha chegado.
A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo. O Salmo é o 26, ‘Um canto de confiança’.

Terça-feira Santa

A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega, que faz a ‘glorificação de Deus’, ainda que encontre no caminho, a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. “Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do Homem e Deus é glorificado nele’.”
A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé. Nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70. “Minha boca cantará teu auxílio.” É a oração de um abandonado que mostra grande confiança no Senhor.

Quarta-feira Santa

Estamos de cara com o Tríduo Pascal. A liturgia de hoje tem um sabor amargo: a traição de judas. Não nos confundamos: Judas representa todas as forças do mal que tomam parte nos nossos pecados, que se opõem aos planos maravilhosos de Deus. No Evangelho de Mateus, a noite já descia sobre a cidade e os peregrinos que vinham para a Páscoa continuavam a chegar. Um ar festivo invade tudo, uma espécie de canto da libertação. Judas fica em silêncio, parece não ter consciência de ter vendido o seu Senhor como se Ele fosse um escravo. Todos percebem que chegou a hora. Jesus está livre e decidido.
A primeira leitura é o terceiro canto de Isaías – “não ocultei o rosto aos insultos” –, é o Canto da Paixão, porque relata com detalhes o sofrimento do servo. O Salmo é o 68. Ficamos impressionados com o grito angustiado de um justo perseguido.

Quinta-feira Santa


A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar, concretamente,  o misterio da Paixão de Cristo. Quem deseja seguí-lo deve sentar-se à Sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-Lo.
Por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá um testemunho idóneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja, quando decide lavar os pés aos seus discípulos.

Neste sentido, o Evangelho de São João apresenta a Jesus 'sabendo que o Pai pôs tudo em suas mãos, que vinha de Deus e a Deus retornava', mas que, ante cada homem, sente tal amor que, igual como fez com os discípulos, se ajoelha e lava os seus pés, como gesto inquietante de uma acolhimento inalcansável.

S. Paulo completa a representação lembrando a todas as comunidades cristãs o que ele mesmo recebeu: que aquela memorável noite, a entrega de Cristo, chegou a fazer-se sacramento permanente, num pão e num vinho que se convertem em alimento: Seu Corpo e Seu Sangue para todos os que queiram recordá-Lo e esperar sua vinda no final dos tempos, ficando assim instituída a Eucaristía.

A Santa Missa é a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, num dia como hoje, na véspera da sua paixão, "enquanto ceava com seus discípulos tomou pão..." (Mt 26, 26).
Ele quis que, como na Sua última Ceia, os seus discípulos se reunissem e se recordassem dEle abençoando o pão e o vinho: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19).

Antes de ser entregue, Cristo se entrega como alimento. Entretanto, nesta Ceia, o Senhor Jesus celebra a Sua morte: o que fez,  fê-Lo como anúncio profético e oferecimento antecipado e real, da sua morte antes da sua Paixão. Por isso "quando comemos deste pão e bebemos deste cálice, proclamamos a morte do Senhor até que Ele volte" (1Cor 11, 26).

Assim, podemos afirmar que a Eucaristia é o memoria,l não tanto da Última Ceia, mas sim, da Morte de Cristo que é Senhor, e "Senhor da Morte", isto é, o Resuscitado cujo regresso esperamos de acordo com a promessa que Ele mesmo fez ao despedir-se: "Um pouco de tempo e já não me vereis, mais um pouco de tempo e ainda me vereis" (Jo 16, 16)."

Como diz o prefácio deste dia: "Cristo verdadeiro e único sacerdote, se ofereceu como vítima de salvação e nos mandou perpetuar esta oferenda em sua comemoração". Porém, esta Eucaristia, deve ser celebrada com características próprias: como Missa "na Ceia do Senhor".

Nesta Missa, de maneira diferente de todas as demais Eucaristias, não celebramos "diretamente" nem a morte nem a ressurreição de Cristo. Não nos adiantamos à Sexta-feira Santa nem à noite de Páscoa.

Hoje, celebramos a alegria de saber que esta morte do Senhor, não terminou no fracasso mas no êxito! Teve um porquê e um para quê: foi uma "entrega", um "dar-se", foi "por algo"ou melhor dizendo, "por alguém" e nada menos que por "nós e para nossa salvação" (Credo). "Ninguém a tira de mim, (Jesus refere-se à Sua vida), mas Eu a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la." (Jo 10, 18), e hoje nos diz que foi para "remissão dos pecados" (Mt 26, 28c). 

Por este motivo, esta Eucaristia deve ser celebrada o mais solenemente possível. Os cânticos,  a mensagem, os símbolos, não deve ser nem tão festivos nem tão jubilosos como na Noite de Páscoa, noite em que celebramos o desfecho glorioso desta entrega, sem a qual, tudo teria sido inútil: apenas a entrega de alguém, mais um, que morre pelos pobres e não os liberta. Porém, não está repleta da solene e contrita tristeza da Sexta-feira Santa porque, o que nos interessa "sublinhar" neste momento, é que "o Pai entregou o Seu Filho para que todo o que n'Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"(Jo 3, 16) e que o Filho entregou-se a nós, voluntariamente, apesar de ter sido através da morte numa cruz ignominiosa.

Hoje há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o "glória": é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém, ao mesmo tempo, é sóbria e dolorida, porque conhecemos o preço que Cristo pagou por nós.

site aci digital

SEXTA-FEIRA SANTA:

CELEBRAÇÃO DA MORTE DE CRISTO

A espiritualidade da Sexta-feira Santa


Neste dia em que os antigos chamavam de “Sexta-feira Maior”, quando celebramos a Paixão e Morte de Jesus, o silêncio, o jejum e a oração devem marcar este momento. Ao contrário do que muitos pensam, a Paixão não deve ser vivida em clima de luto, mas de profundo respeito e meditação diante da morte do Senhor que, morrendo, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna


É preciso manter um “silêncio interior” aliado ao jejum e à abstinência de carne. Deve ser um dia de meditação, de contemplação do amor de Deus que nos “deu o Seu Filho único para que quem n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). É um dia em que as diversões devem ser suspensas, os prazeres, mesmo que legítimos, devem ser evitados.

A meditação da Paixão do Senhor deve mostrar-nos o quanto é hediondo o pecado. É contemplando o Senhor na cruz, destruído, flagelado, coroado de espinhos, abandonado, caluniado, agonizante até à morte, que entendemos quão terrível é o pecado. Não é sem razão que o Catecismo diz que pecado é “a pior realidade para o mundo, para o pecador e para a Igreja”. É por isso que Cristo veio a este mundo para ser imolado como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Só Ele poderia oferecer à Justiça Divina uma oblação de valor infinito que reparasse todos os pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares.

Celebração das 15 horas

O ponto alto da Sexta-feira Santa é a celebração das 15 horas, horário em que Jesus foi morto. É a principal cerimónia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística. Nas leituras, meditamos a Paixão do Senhor, narrada pelo evangelista São João (cap. 18), mas também prevista pelos profetas que anunciaram os sofrimentos do Servo de Javé. Isaías (52,13-53) coloca, diante de nossos olhos, “o Homem das dores”, “desprezado como o último dos mortais”, “ferido por causa dos nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes”. Deus, na forma humana, morreu por ti, por mim, por nós.

Uma prática de piedade valiosa é meditar a dolorosa Paixão do Senhor, se possível diante do sacrário, na igreja, usando a narração que os quatro evangelistas fizeram.

Aprender o quanto é grande o nosso pecado

Outra possibilidade será usar um livro para meditação como “A Paixão de Cristo segundo o cirurgião”, no qual o Dr. Pierre Barbet, francês, depois de estudar por mais de vinte anos a Paixão, narra com detalhes o sofrimento de Cristo.

video: https://vimeo.com/123156230


Este vídeo, é um relato médico, feito pelo Dr. Barbet (cirurgião francês) sobre os sofrimentos de Jesus, por mim e por ti.
Quando Pierre Barbet descreveu seus estudos ao Papa Pio XII, relatando as lesões e os sofrimentos de Cristo desde o ponto de vista científico, ele assegurou que o Papa chorou ao admitir: “Nós não sabíamos, ninguém jamais nos relatou (a Paixão) desta maneira”.



Tudo isso deve nos levar a amar profundamente Jesus Crucificado que se esvaziou, totalmente, para nos salvar de um modo tão terrível. Essa meditação também nos leva à associação com a Paixão do Senhor, no sentido de tomar a decisão de “gastar a vida” pela salvação dos outros. Dar a vida pelos outros, como o Senhor deu a Sua vida por nós. “Amor só se paga com amor”, diz São João da Cruz.

Neste dia, podemos também meditar, com profundidade, as “sete palavras de Cristo na cruz” antes de sua morte. Como se fosse um testamento:

1 - “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.”
2 - “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no               Paraíso."
3 - “Mulher, eis aí o teu filho… Eis aí a tua Mãe.”
4 - “Tenho Sede!”
5 - “Eli, Eli, lema sabachtani? – Meus Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
6 - “Tudo está consumado!”
7 - “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!”.

Nessa tarde, algumas paróquias fazem as encenações da Paixão de Jesus Cristo com o sermão da descida da cruz; em seguida, há a Procissão do Enterro, levando o esquife com a imagem do Senhor morto. O povo católico gosta dessas celebrações porque põe o seu coração em união com a Paixão e com os sofrimentos do Senhor. Tudo isso ajuda-nos na espiritualidade deste dia. Não há como “pagar” ao Senhor o que Ele fez e sofreu por nós; no entanto, celebrar com devoção o Seu sofrimento e a Sua morte, agrada-Lhe e nos deixa em paz. Associando-nos, assim, à Paixão do Senhor, colheremos os Seus frutos de salvação.

Formação Canção Nova 

O SILÊNCIO



4 de Março de 2018 


Pe. Carlos Azevedo, Capelão Hosp. D. Estefânia





Silenciar na hora certa é uma grande dádiva do Pai. Como precisamos de ficar em silêncio nas diversas   situações da nossa vida!







CÂNTICO




 ( para ouvir, https://youtu.be/uLPl90hIsAQ )


Cada vez é mais difícil ouvirmo-nos. Os ruídos , cercam a nossa existência: apitos, buzinadelas no trânsito, música em altos berros, etc.
Daí, esquecermo-nos da importância do silêncio no nosso bem estar físico e espiritual.

Claro que, se procurarmos e organizarmos este tempo de silêncio nas nossas vidas, corremos o risco de sermos objecto de admiração e/ou  de troça, por parte dos que estão ao nosso lado.
Ninguém foi educado para estar em silêncio ...
Ninguém foi educado para dar valor ao tempo do silêncio ...
Daí que, sem tomarmos consciência, as “vozes do inferno” que tanto podem vir dentro de nós como da boca dos outros,  não respeitam a nossa identidade, a nossa forma de querer viver diferente, não permitindo que tenhamos tempo para o silêncio.
O silêncio permite-nos encontrar a vida!
O silêncio permite-nos descobrir a verdade que desejamos!
O silêncio é:
- sagrado
- divino
- é o caminho para a santidade 
- é a Voz do Céu, que fala numa brisa suave e discreta.



ORAÇÃO



“Senhor, hoje recorda-nos que somos pecadores; convida-nos à conversão radical das nossas vidas. Hoje, dizes-nos: convertei-vos e acreditai no Evangelho!”


Jesus é o exemplo de alguém que ensinou pelo silêncio pois, as Suas atitudes e os Seus actos, falavam muito mais alto. Diante dos acusadores da mulher adúltera Ele, silenciosamente, escrevia na areia. Ele ouviu as duas partes. À luz de cada palavra Ele deu o veredicto. É impressionante a sabedoria do Mestre.



 ORAÇÃO








É uma ordem de libertação de tudo o que nos degrada. Eis aqui a tarefa da Quaresma no caminho para a Páscoa. A cinza é a garantia da ressurreição do homem novo. Queremos despojar-nos da hipocrisia que nos corrói; saibamos procurar-Te e agradar-Te, em segredo. 

Queremos refazer a nossa opção baptismal para chegar à noite da Vigília Pascal como homens e mulheres novos, renascidos no Teu Espírito. Amém.

O excesso de ruido provoca o aumento do stress, baixa a nossa imunidade, aumenta a pressão sanguínea e provoca um cansaço permanente, porque algumas células do nosso cérebro, para renascerem, precisam do silêncio.






O silêncio é belo quando é um caminho que nos ajuda a chegar ao centro da nossa vida!



( para ouvir https://www.youtube.com/watch?v=KOWJ-VbSyHQ )


O silêncio de Jesus é doloroso, é exigente!



Meditemos nesta frase que acabámos de ler.
 Façamos um momento de silencio.

                                                            🙏🙏🙏🙏
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Deus fala no silêncio!

Quando Jesus queria falar com o Pai, afastava-se dos discípulos, da multidão. Retirava-se para um sítio isolado ... Aí orava e ouvia a voz de Deus!

No silêncio, conseguimos invocar a Deus e chamá-l'o para a nossa vida (ouvirmo-nos),  para que nos acompanhe nas situações mais difíceis!
Ir com Deus é essencial!
Não precisamos de sentir nada de especial. Apenas temos de fazer a nossa parte.
Recordemo-nos que a Bíblia está cheia de momentos de silêncio.





Jesus, esteve 30 anos discreto em Nazaré, para crescer na graça de Deus.

A falta de concentração e híper atividade são, muitas vezes, a consequência da falta do silêncio.

Aprendamos a exercitar o silêncio!


O silêncio á a forma mais preciosa de Louvor a Deus!



O Senhor está sempre a falar connosco! 
Durante a Quaresma, meditemos nestas passagens:



No horto da agonia, Jesus pediu aos apóstolos que estivessem ali... Ele só queria a sua presença ... Naquele momento doloroso, Jesus apenas queria uma companhia silenciosa. Nada mais do que isso ... Mas eles não foram capazes de satisfazer o Seu pedido porque adormeceram. 



Quando da negação de Pedro, o Senhor Jesus só olhou (silêncio) para ele. O olhar (silêncio) do Mestre bastou para desencadear, em Pedro, uma profunda consciência de pecado, de falsidade e falta de compromisso. 
O olhar de Jesus levou Pedro a chorar amargamente.


S. Bento, disse:

"Se falares, fala com amor. Se calares, cala por amor.
Mesmos que as palavras sejam merecidas e justas, devo calar, porque não devo machucar e antes ter misericórdia com os meus irmãos." 


                     ( para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=ofs88g0pLuE )

São José é um dos grandes apóstolos do silêncio: foi no silêncio dos seus sonhos que o Senhor lhe falou!

São José é o primeiro a anunciar Jesus !


Fenómenos atuais – as aparições têm de ser coerentes com Jesus, tal como Jesus foi coerente com o Antigo Testamento

Deus manifesta-se na brisa suave: o profeta Elias refugia-se no monte Carmelo à espera que Deus se manifeste! E Deus encontra-se com
ele, como uma brisa suave.

Jesus critica Marta pela agitação. Para ela, Maria não estás a fazer nada! - voz do inferno.
No entanto, Maria tinha escolhido a melhor parte: ouvia o Mestre!

Portanto, escolhamos agora os momentos para não fazer nada! Haverá uma altura da nossa vida que não nos vão deixar fazer ou não vamos conseguir fazer ... 



No silêncio é que Jesus nos fala. A Palavra de Deus, lida e meditada, serve para aquelas horas em que não há nenhuma linguagem que nos pode socorrer / valer!




Condições para o silêncio



Todos os grandes santos místicos e doutores espirituais observavam e recomendavam o silêncio como meio seguro para a santidade. 

São Bento de Alcântara



Arranjar um cantinho na nossa casa para o silêncio ..


O SILÊNCIO

Repõe a verdade
Testemunha Cristo
Corrige comportamentos
Aconselha oportunamente



O Santo silêncio permite-nos ouvir mais claramente, a voz de Deus


Horários das Eucaristias no Hosp. D. Estefânia


Texto e montagem da minha exclusiva responsabilidade


O legado dos cinco primeiros anos de Francisco:

 o Papa que "desceu do trono".



Logo após o "habemus papam", naquela noite de 13 de março de 2013 em Roma, o sorridente cardeal Jorge Bergoglio apresentou-se para uma Praça São Pedro lotada. Havia se tornado, então, papa Francisco, o 266º sumo pontífice da Igreja Católica. "Parece que meus colegas foram buscar um papa no fim do mundo", disse ele, em referência à sua Argentina natal.


Bom humor à parte, Bergoglio assumia uma Igreja em crise – em meio a diversos escândalos de pedofilia do clero, com divisões internas e perdendo fiéis e popularidade em todos os cantos do mundo – e após uma histórica renúncia, já que Bento 16 foi o primeiro pontífice a abdicar do trono de Pedro em quase 600 anos.


Sua eleição, por si só, foi repleta de ineditismos. Pela primeira vez, a Igreja Católica tem um líder latinoamericano. Pela primeira vez, um jesuíta. E, pela primeira vez, alguém adotava o nome Francisco – sugestão dada a Bergoglio pelo seu colega brasileiro, o cardeal emérito de São Paulo D. Claudio Hummes, que pediu a ele que não se esquecesse dos pobres.

Passados cinco anos, as crises da Igreja permanecem prementes, com um papado ainda exercido sob a sombra das acusações de abusos sexuais contra sacerdotes. Isso, junto com a resistência a mudanças e lutas de poder entre bispos, padres e cardeais, torna Francisco um alvo frequente de hostilidades dentro e fora da Igreja. 

Mas defensores argumentam que o papa imprimiu à conservadora instituição uma personalidade mais carismática, além de se envolver em questões mundiais urgentes: publicou uma encíclica em defesa da ecologia, fala com frequência em defesa dos refugiados da crise imigratória e intermediou a histórica retomada da diplomacia entre os Estados Unidos e Cuba.

"Francisco trouxe para a Igreja uma visão revigorante, interessante e atraente. Enquanto outros papas se concentraram na aplicação de regras ou normas doutrinárias, ele tenta atrair as pessoas para a mensagem primordial: uma Igreja que espalha a boa-nova de Jesus por meio do encontro, do diálogo e do testemunho", analisa o vaticanista Joshua J. McElwee, autor de livros sobre o atual papa. "Muitos católicos têm achado essa visão convidativa."

O teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Junior, professor do Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), avalia que "os cinco anos do pontificado de Francisco são um bálsamo de oxigênio para os cristãos, e braços abertos aos outros crentes e mesmo aos ateus que buscam a verdade e a justiça no mundo."
"Francisco não veio repetir fórmulas e enrijecer respostas obsoletas e caducas. Francisco veio propor algo novo, como pastor da esperança e da alegria, especialmente aos jovens, aos migrantes e às famílias."

Visão pastoral

O papa insiste que o seu papel é pastoral, lembra o jornalista Filipe Domingues, que acompanha de Roma o atual pontificado desde o início. "Isso quer dizer que ele vê o bispo, o padre, como um pastor que guia um rebanho. E quando uma ovelha se perde, o pastor deixa todas as outras e vai atrás daquela ovelha perdida", explica. 

"A sua visão de Igreja, quando fala de misericórdia, de acolher os mais fracos, de não forçar uma visão idealizada da família, de pensar no ambiente em que vivemos, que foi doado por Deus e, se não cuidarmos do ambiente prejudicamos em primeiro lugar os mais frágeis da sociedade... Tudo isso é guiado por uma visão pastoral, muito próxima das pessoas."

Mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Domingues ressalta que Francisco foi escolhido, "antes de mais nada, para conduzir uma reforma".

   

Isso porque a renúncia de Bento XVI permitiu que os cardeais tivessem cerca de um mês para conversar abertamente sobre os problemas da Igreja – antes mesmo de entrar no conclave.

"Bergoglio foi eleito, claramente, com o objetivo de realizar uma 'reforma de gestão', de forma colegial e não autoritária. Por isso, foi criado o conselho de cardeais e uma série de mudanças administrativas foram feitas na Cúria Romana", diz ele. 

"Ainda não temos clareza de quais serão os efeitos disso na prática. É um processo lento e sem respostas de curto prazo. Deve continuar no pontificado do próximo papa, com certeza."

Denúncias de abusos

O ponto mais delicado de seu papado, porém, continua sendo a avalanche de acusações de pedofilia contra sacerdotes católicos, como evidencia a hostilidade enfrentada por Francisco em sua recente visita ao Chile – país onde um bispo nomeado pelo papa é acusado de ter acobertado um padre condenado por abusos sexuais.

"Ele próprio já se perguntou recentemente se está reagindo adequadamente aos casos de abusos sexuais por parte do clero", comenta McElwee. "Viajei com Francisco durante sua visita ao Chile, em janeiro, e ficou muito claro que muitas pessoas estavam desapontadas com sua defesa do bispo (acusado de acobertar o caso)".

No ano passado, o jornalista italiano Emilio Fittipaldi, autor de livros sobre o Vaticano, afirmou em entrevistas que "Francisco não defende diretamente os pedófilos, mas fez quase nada para combater o fenômeno da pedofilia (na Igreja)".

Domingues acredita que o tema é o ponto fraco do pontificado de Francisco. "Às vezes a questão é tratada como mais um problema, como os outros. Este não é um problema como os outros. É um dos problemas mais graves na história da Igreja e existe em todo o mundo, dentro e fora da Igreja", diz. "É algo a ser abominado e expurgado da Igreja com todas as forças – não pode ficar parado em burocracias e lutas internas de poder."

Lutas por poder
Por falar em lutas internas do poder, a resistência enfrentada por Francisco dentro da cúpula da Igreja também é um problema – que muitas vezes acaba exposto. 

Em 2015, por exemplo, poucos dias antes do Sínodo dos Bispos, um evento que reuniu 270 religiosos de todo o mundo para debater no Vaticano, uma carta supostamente assinada por 13 cardeais descontentes com o papa acabou sendo publicada pelo vaticanista Sandro Magister.

    

O texto continha preocupações de que a Igreja Católica, sob a batuta de Francisco, estaria enveredando pelo "caminho protestante 'liberal'", ao "enevoar" ensinamentos e sacramentos. Pelo menos dois cardeais da ala conservadora da Igreja admitiram a existência da correspondência - embora tenham ressaltado que o teor não era exatamente como foi publicado pela imprensa.

"Em tempos recentes, não há notícia de um papa que tenha sofrido tanta resistência interna, da parte de bispos, padres ou cardeais", avalia o padre Antonio Manzatto, doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina e coordenador do grupo de pesquisa Lerte (Literatura, Religião e Teologia) da PUC-SP. "Tal oposição não advém de posições doutrinais, mas do apego a privilégios."

"Ele nem sempre foi bom em se explicar aos conservadores, que estão assustados e desconcertados por ele", acredita o vaticanista Austen Ivereigh, autor de The Great Reformer: Francis and the making of a radical pope (O grande reformador: Francisco e a formação de um papa radical, em tradução livre).
Para Domingues, como as reformas no Vaticano são lentas, esta morosidade traz uma incerteza que só aumenta os boatos e as aversões a qualquer mudança. "É natural que, quando entra um novo líder no poder, outros grupos percam representatividade, ou que algumas pessoas sejam afastadas de seus cargos. Mas as reformas que o papa conduz tocam forte nessas diferenças entre grupos políticos na Cúria e fora dela."

"As pessoas da Cúria que se ressentem de Francisco dizem: 'nós ainda estaremos aqui quando ele for embora'. Os burocratas não gostam de mudar", comenta Ivereigh. 

Dados compilados por Altemeyer a partir de informações disponibilizadas pelo Vaticano mostram que ao menos no colégio cardinalício a influência de Francisco já é grande. De todos os 216 cardeais vivos – de 83 países diferentes –, apenas 118 têm direito a voto num eventual conclave. 

Isto porque os purpurados com mais de 80 anos não são mais eleitores. Considerando apenas os votantes, 49 foram nomeados no atual pontificado - outros 49 no pontificado de Bento 16; e o restante por João Paulo II.

Pastor 'com cheiro das ovelhas'


Ao mesmo tempo, Francisco é visto como "um papa que desceu do trono". Como se diz no meio religioso, seu papado é o de "um pastor com cheiro de ovelhas".

"Ele quer transmitir ao mundo a ideia de que o papa é um líder, mas que está junto ao seu povo, no meio do povo, que veio do povo - por isso alguns o chamam de 'populista'. E para estar junto é preciso viver com simplicidade, como vivem as pessoas mais humildes, e falar diretamente, olho no olho, e não de cima para baixo", opina Domingues.

"Francisco procurou superar um fosso crescente entre a Igreja e o povo de hoje, por meio de uma reforma de atitudes e, quando necessário, das estruturas", diz Ivereigh.

"Nessa área, suas conquistas têm sido enormes. As pessoas agora têm uma visão diferente da Igreja. Ela é vista como mais semelhante a Cristo, menos preocupada consigo mesma e mais ligada às necessidades e aos sofrimentos concretos do povo de hoje. É uma grande conquista em apenas cinco anos; mas, claro, está longe de ser completa."



"Ele tem insistido que todos os membros da Igreja precisam motivar-se a partir do Evangelho de Jesus, e não a partir de valores da 'mundanidade': carreira, privilégios, glórias pessoais, etc.", afirma Manzatto.

"Parece pouco, mas é muito se olharmos para os comportamentos de muitos membros atuais do clero. O segundo foco é pastoral, que se pode dizer social. A preocupação de que a Igreja esteja ao lado dos pequenos, dos fracos, dos sofredores, dos pobres. Seu ensinamento vai nessa direção, e a junção dos dois focos é a marca de seu pontificado."

"A ênfase no social e na opção pelos pobres, rigorosamente falando, já estava presente nos papados anteriores, ainda que não tão acentuada", comenta o sociólogo e biólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador de projetos do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. 

"Até que ponto esses novos documentos (produzido pelo pontificado de Francisco) serão realmente o gérmen de uma época depende da acolhida global que receberão nos próximos 15 anos, do nascimento de uma nova geração de sacerdotes, consagrados e militantes católicos em nível mundial."

Mais santos e beatos

Em cinco anos de pontificado, papa Francisco já é o maior canonizador de santos da Igreja Católica, conforme demonstra levantamento realizado por Altemeyer, da PUC-SP, com base em informações disponibilizadas pelo Vaticano. 

Até agora, Francisco reconheceu 878 santos e 1.115 beatos. Antes, o recordista era João Paulo 2º, que nos 26 anos de pontificado fez 482 santos e 1.341 beatos. Bento 16, o antecessor de Francisco, inscreveu no cânon 45 novos santos e 371 beatos - foram quase 8 anos à frente da Igreja. 

Altemeyer também compilou as viagens missionárias de Francisco. Até agora foram 17 viagens internas na Itália e 22 viagens internacionais nas quais visitou 31 países - entre eles Brasil, Estados Unidos, Cuba, Quênia, Bangladesh e Myanmar. 

Sua produção documental e catequética já compreende 992 discursos, duas exortações apostólicas, 34 constituições apostólicas, 165 cartas, uma bula, 30 cartas apostólicas, 216 mensagens, 31 motu próprios e duas encíclicas - Lumen Fidei e Laudato Si'. 

Avanços e preocupações


Do ponto de vista sociopolítico, um destaque da gestão do pontífice argentino é a publicação, em 2015, da 298ª encíclica papal, chamada de Laudato Si' - a primeira da História a trazer o meio ambiente como tema principal.

"Essa encíclica teve um impacto real sobre os acordos ambientais de Paris, e foi calculada para isso", afirma Domingues. "Mas ele mesmo, sozinho, não pode fazer nada para mudar os rumos do cenário global. É preciso que a sociedade e os líderes mundiais o ouçam e entrem em diálogo."

Outro aspecto importante é a ênfase que Francisco dá à importância do acolhimento dos imigrantes, em um tempo de crise de refugiados mundial e forte clima de xenofobia, sobretudo com a ascensão de governos de direita na Europa.

"Sua frase sobre os imigrantes - 'construir pontes, e não muros' - tornou-se um slogan mundial", lembra McElwee. "(O papa) é a voz que defende os pobres e profeticamente clama por uma mudança de sistema. Não é ouvido na medida em que os interesses econômicos dominam o comportamento de chefes de Estado ou outros líderes globais", diz Manzatto.

Em termos de geopolítica mundial, Francisco já garantiu seu nome na história. Ele é apontado como o responsável pelo fim de um rompimento que parecia eterno: o das relações entre Cuba e os Estados Unidos, interrompidas em janeiro de 1961 e retomadas em dezembro de 2014. 
Dezoito meses antes do anúncio diplomático, papa Francisco intermediou conversas entre ambos os governos, tanto no Canadá quanto no Vaticano. "É um tremendo impacto no cenário mundial", comenta McElwee.

Edison Veiga