PAPA FRANCISCO: "rezem por mim"! 


Como é do conhecimento geral o Representante de Jesus Cristo na Terra, tem sido alvo de ataques, ofensas, nunca vistas na Igreja Católica desde há vários séculos.
Todos nos devemos recordar do seu primeiro gesto, após a eleição, na janela da biblioteca do Vaticano na praça de S. Pedro: ajoelhou-se e pediu à multidão que rezasse por ele!
Este simples mas significativo gesto, mostrava o que poderíamos esperar do sucessor de Pedro: alegria, paz e humildade ao serviço do Povo de Deus.
À medida que os dias do seu pontificado iam decorrendo, confirmávamos nas suas palavras e, sobretudo, nas suas acções, que o nosso líder espiritual era diferente de todos os que o antecederam.
Poderemos perguntar: porquê esta diferença? Porquê a negação à ostentação, ao luxo, à formalidade, aos esquemas, às regras, etc? Porquê?
Se quisermos recorrer a uma comparação mundana, também encontramos diferenças quando uma empresa é gerida ou administrada por um "miúdo" recém licenciado ou colocado num lugar de chefia por uma "cunha", como muitas vezes e, infelizmente, acontece ou, se para o mesmo lugar, é escolhida uma pessoa com experiência feita, maturidade empresarial e outros atributos relevantes para a função. 
Jorge Bergoglio tem estes atributos! 

Do seminário a sacerdote ( sacerdote de rua e não de sacristia ), foi construindo a sua forma de ser e pensar, com os pés bem assentes na desejada prática cristã, sempre lutando contra ideologias, teorias discriminatórias onde não existia qualquer humanismo, muito menos práticas de acolhimento e  abraços fraternos. 

Sentiu na pele pressões, investigações com fundamentos ignóbeis e, como o futuro mostrou, perfeitamente, falsos! A sua experiência, fez dele um homem firme, determinado a continuar a viver o que nos "ensina" Jesus e que o Pe Zézinho resume no refrão do cântico "Amar como Jesus amou". 

Amar como Jesus amou / Sonhar como Jesus sonhou / Pensar como Jesus pensou / Viver como Jesus viveu! Sentir o que Jesus sentia / Sorrir como Jesus sorria / E ao chegar ao fim do dia eu sei que dormiria muito mais feliz!

Esta postura de vida tem incomodado muita gente! Gente que ainda vive na sombra dos tempos em que a hierarquia da Igreja Católica era o principal poder temporal. Reinos, reis, guerras, dependiam de um "sim" ou de uma negação papal! Acima de qualquer suspeita, governavam o Povo de Deus com regras temporais e ausentes de qualquer espiritualidade.

Assim continuámos até ao final do Concílio Ecuménico Vaticano II! E quando esperávamos que a fonte da inspiração que levou S. João XXIII a convocar este Concílio se espelhasse nos corações de todos os nossos pastores, ventos contrários sopraram fortes, com origem, assim penso, em "anticiclones" localizados em pleno Vaticano.

É triste constatarmos que, as grandes decisões deste importante evento, continuam sem aplicação prática! 
Um exemplo, apenas: embora sem as proibir, o Concílio desaconselhou a celebração das eucaristias em latim. Teimosamente, alguns sacerdotes tradicionalistas que pararam no tempo do Concílio Vaticano I, continuam a celebrar as santas missas numa língua que há muito tempo deixou de ser universal e compreensível pela grande maioria dos cristãos católicos. E é ainda mais triste quando, opositores do Papa Francisco como é o caso do Sr. Pe. Burke, celebrou há pouco mais de um mês na Igreja de S. Nicolau, em Lisboa, uma eucaristia em latim, segundo o rito de Pio X. 
O mesmo homem que, em Fátima, "passou" a missa  da canonização dos dois pastorinhos, a rezar o terço, em completa contradição "com o critério de uma participação activa, consciente e frutuosa que cada crente deve ter" como recomenda o Sacrossanto Concílio Vaticano II (1962-1965). 

É bom recordar que a combinação anticomunismo, orgulho étnico e ódio ao feminismo deste cardeal Burke, inspirou uma série de proeminentes figuras laicas conservadoras dos Estados Unidos como Pat Buchanan e outros intelectuais católicos como Steve Bannon que têm batalhado, incansavelmente, a favor das guerras americanas no médio oriente e no apoio aos republicanos sobre os mercados livres... Pergunto: qual a compatibilidade destes pensamentos com os princípios básicos do cristianismo? 
Retomando a dita celebração eucarística em Lisboa pelo Sr. Cardeal Burke, a mesma não teria sido possível sem autorização do Pároco: qualquer sacerdote que não pertença à diocese onde pretende celebrar uma eucaristia, necessita da autorização do responsável pela paróquia e, sendo o celebrante a pessoa supra indicada, teria sido do conhecimento do responsável pela Diocese. 
Em contrapartida, sacerdotes ligados à Renovação Carismática, NUNCA foram autorizados a celebrarem qualquer eucaristia numa igreja da Diocese de Lisboa. Recordo o Pe. Zézinho na década dos anos 70 ou, mais recentemente, o Pe. Marcelo Rossi das duas ou três vezes que esteve em Portugal, o falecido Pe. Leo, o Pe. Fábio de Melo da Comunidade Canção Nova e tantos outros cujos nomes me abstenho de indicar.

Diante dos comportamentos e das ideias personificadas pela ala pré Concílio Vaticano II, recordo parte do teor da Instrução “O Dom da Verdade”, publicada no início do pontificado de João Paulo II pela CDF ( Congregação da Doutrina da Fé), onde se explica que todos os católicos devem praticar a “submissão da vontade e do intelecto” aos ensinamentos do Papa, mesmo que não sejam infalíveis; e que os teólogos, mesmo que possam estar em desacordo e manifestá-lo aos seus superiores, nunca o devem fazer em público.

Na prática os quatro cardeais (Walter Brandmüller, Raymond L. Burke, Carlo Caffarra e Joachim Meisner) ao revelarem publicamente, as suas discordâncias com a "Amoris Laetitia" através do documento "Dubia", acabaram por violar a Instrução supra indicada.
Orienta-os o princípio dos fracos e incompetentes: "Dividir para reinar".  

Não é por acaso que o Papa Francisco, no final das suas partilhas, palestras ou noutros encontros, pede sempre: "rezem por mim".
E temos de rezar, irmãos! Muito, mesmo muito! 
Não só por ele mas por todos aqueles que, directa ou indirectamente, às claras da luz do dia ou escondidos no seu coração, não aceitam esta vida semelhante à que Jesus nos ensinou, como faz o Santo Padre, nem põem em prática os seus desafios: 
- aproveitarem as instalações dos mosteiros ou de outros imóveis para acolhimento dos necessitados;
- não prepararem os seminaristas para se tornarem sacerdotes ao serviço do Povo de Deus e não "meros funcionários administrativos";
- omissão ou mau aprofundamento sobre a espiritualidade;
- não aproveitarem as paróquias para realizarem seminários de efusão do Espírito Santo;
- prepararem, nas várias paróquias, grupos de acompanhamento aos casais recasados;
- etc ..........

Tudo isto, Jorge Bergóglio disse e fez!

Por esta Europa, perfeitamente moribunda, distante do Povo de Deus e das graças d'Ele emanadas (basta ver os seminaristas, a maior parte dos quais, perfeitamente alheados do sentir quotidiano), continuam a querer falar de Deus sem O conhecerem e sem O amarem! Como se pode amar alguém lendo, apenas, compêndios de folhas amareladas pelo passar dos anos? Como? Será que não aprenderam o primeiro Mandamento de Deus, o qual nos ensina: Amarás o SENHOR, teu Deus, com todo o coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças (Dt. 6,5). 
Verdade! O primeiro encontro com Deus, tem de ser, por Sua graça e para Sua glória, o amor de coração, eterno e incondicional, que nos é dado pelo dom da Fé!


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