QUINTA-FEIRA, 31 DE MAIO

Solenidade do Santíssimo Sacramento do 

Corpo e Sangue de Cristo





A festa de Corpus Christi foi oficialmente instituída por Urbano IV com a publicação da Bula "Transiturus de Hoc Mundo", em 8 de Setembro de 1264. Seguem transcritos os alguns parágrafos desta Bula:

“Urbano Bispo, servo dos servos de Deus, aos venerados irmãos patriarcais, arcebispos, bispos e demais prelados, saúde e bênção apostólica.
Cristo, nosso Salvador, deixando este mundo para ascender ao Pai,na Última Ceia, pouco antes de sua Paixão, instituiu, em memória de Sua morte, o supremo e magnífico Sacramento de Seu Corpo e Seu Sangue, dando-nos o Corpo como alimento e o Sangue como uma bebida.
Sempre que comemos este pão e bebemos deste cálice, anunciamos a morte do Senhor, porque Ele disse aos apóstolos durante a instituição deste sacramento: "Fazei isto em memória de mim", para que este excelso e venerável Sacramento fosse para nós o principal e a mais insigne memória do grande amor com o qual Ele nos amou. Memória admirável e estupenda, doce e suave, cara e preciosa, na qual se renovam os prodígios e as maravilhas; nela se encontram todos os deleites e os mais delicados sabores! Nela se provam a mesma doçura do Senhor e, acima de tudo, se obtém a força para a vida e para a nossa salvação.
É um memorial docíssimo, sacrossanto e saudável, no qual renovamos a nossa redenção, distanciamo-nos do mal, fortalecemo-nos  no bem e progredimos na aquisição das virtudes e da graça! Somos confortados pela presença física do nosso próprio Salvador pois, nesta comemoração Sacramental de Cristo, Ele está presente no meio de nós, numa forma diferente, mas na sua verdadeira substância.
Antes de ascender ao céu, Ele disse aos apóstolos e seus sucessores: "Eis que estou convosco, todos os dias, até a consumação do mundo"! Ele consolou-os com a benigna promessa de que permaneceria  também com a Sua presença corpórea.
Um momento, verdadeiramente digno de não ser esquecido, no qual lembramo-nos que a Sua morte foi vencida, que a nossa ruína foi destruída pela morte d`Aquele que É a própria Vida [...].
Portanto, é preciso cumprir este dever com o admirável Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, que é a glória e a coroa de todos os Santos, para que resplandeça numa festa e solenidade especiais e para que, o que possa ter sido negligenciado nas outras celebrações da Missa, no que se refere à solenidade, seja complementada com uma devota diligência. 
Para que os fiéis, no dia desta festa, possam  interiorizar-se, pensando no passado com atenção, humildade de espírito e pureza, de consciência, suprindo o que tenham cumprido de forma errada, na celebração de uma missa, quiçá ocupados com os seus pensamentos nas coisas materiais ou mais comumente, por causa de negligência e fraqueza  humanas. 
Certa ocasião foi ouvido também, quando realizamos um ofício mais modesto, que Deus revelara a alguns católicos que era necessário celebrar essa festa em toda a Igreja. Nós, portanto, achamos apropriado estabelecê-lo para que, de uma maneira digna e razoável, a fé católica possa ser vitalizada e exaltada.
Que em cada ano, portanto, seja celebrada uma festa especial e solene de tão grande sacramento, além da comemoração diária que a Igreja faz, estabelecemos um dia fixo para ela, a primeira quinta-feira depois da oitava de Pentecostes. [...]

Dado em Orvieto em 11 de agosto de 1264, terceiro ano do nosso pontificado.
URBANUS PP. IV


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